Por que continuam matando mulheres?
O aumento e a persistência dos feminicídios têm como base a permanência do sistema patriarcal, matriz da misoginia – ódio às mulheres – potencializado pela omissão dos estados. Ganhou intensidade pela ação do governo fascista de Jair Bolsonaro, que difundiu a desvalorização das mulheres, promoveu o racismo, a trans e lesbofobia e outras formas de discriminação, já presentes na sociedade e nas instituições.
O novo governo que assumiu em 2023 vem se comprometendo com a construção de novas estratégias para combater a matança de mulheres, havendo esperança, no entanto persiste ainda o seguinte quadro a ser confrontado, espera-se, com a participação da sociedade civil, em especial dos movimentos de mulheres e feministas:
Públicas
dos Crimes
de prevenção e educação
de políticas públicas
Diretrizes nacionais precisam ser seguidas
As Diretrizes Nacionais Para investigar, processar e julgar crimes com perspectiva de gênero, criadas em 2016 (ONU Mulheres, Ministério de Para as Mulheres) apontam pelo menos 12 tipos de feminicídios. Mas sua aplicação ainda é limitada, com tendência a não qualificar os crimes como feminicídios.
Feminicídio íntimo é o crime mais frequente. É quando a vítima tem ou teve uma relação de vínculo íntimo com o seu algoz. No entanto, há inúmeras situações, como as que envolvem tráfico, migrações, exploração sexual, na política, e outras.
Por isso, a importância da aplicação das Diretrizes em todos os casos, do registro policial a todo o sistema de justiça, pois aponta características importantes baseadas no gênero nas cenas de assassinatos de mulheres para tipificar o crime de forma correta.
Violências e interseccionalidades
As interseccionalidades são marcadores sociais que articulados colocam as mulheres em lugares de mais ou menos privilégio na sociedade tais como classe social, raça/cor, etnia, geração, deficiência, identidade de gênero e orientação sexual.
Alerta
“A gente deve levar em consideração que o dado de mortalidade é o mais robusto de todos. Ele é a ponta do iceberg, pois, até chegar na morte, outros fatos violentos aconteceram antes” …“Então, se o dado da morte aponta mais mulher negra, a gente desconfia do subregistro dos outros crimes, que apontam menos. A mulher negra tem mais dificuldade em notificar.”
(Jackeline Romio – pesquisadora Monitor da Violência – USP, G1,FBSP – 2020).